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sexta-feira, 21 de abril de 2017

"As chefias autorizavam hora-extra se o profissional estivesse muito insatisfeito"

Na  segunda matéria sobre o atual funcionamento da rede municipal de Saúde de São Leopoldo, o secretário municipal de Saúde, Fábio Bernardo da Silva, fala sobre os critérios que vigoram há muitos anos para pagamento de hora-extra aos profissionais da rede. Conforme Fábio, de acordo com o protocolo do Sindicato dos Médicos do RS (Simers), para quem tem seis (6) horas diárias, a hora-extra é a partir da sétima hora. Quem cumpre oito (8) horas recebe hora-extra a partir da nona hora e assim gradativamente.

"Esse é o critério correto e não temos nenhum problema em pagar hora-extra porque sabemos que há necessidade. Porém, o que não concordamos e não permitiremos mais é autorizações de pagamento quando esse não for o critério. Todas as chefias estão avisadas e orientadas sobre isso", diz o secretário.

Quando fala em critérios que não serão mais permitidos, o secretário refere-se a três modalidades, que segundo ele são praticadas há muito tempo.

"Precisamos ser justos. Essas modalidades não são  da administração anterior. É prática de muito tempo. Por exemplo, as chefias autorizavam hora-extra se o profissional estivesse muito insatisfeito. A segunda modalidade era pagar hora-extra quando o profissional não recebia Função Gratificada (FG). Já a terceira forma de autorizar hora-extra era por entender que o salário não era justo, ou seja, para compensar o que se entendia como injustiça, era autorizada a hora-extra.  Quem recebia hora-extra por esses critérios, recebia pelo expediente das seis ou oito diárias, ou seja, no expediente normal das 8 às 17 horas. Repito que não somos e nem seremos contra hora-extra porque sabemos da necessidade. Não concordamos com as três modalidades citadas acima", diz Fábio. 

Para maio, a secretaria estabeleceu que o teto de horas-extras a serem pagas será de 2.968.O número foi feito com base nos últimos quatro meses. Em janeiro foram 3.094 horas-extras; em fevereiro caiu para 1.918 em função do período de férias; em março  subiu para 4.174, enquanto em abril foram 4.495 horas-extras.


"Conseguiremos reduzir cerca de 1,5 mil horas-extras e isso sem prejudicar o atendimento à comunidade. O usuário não deixará de ser atendido. Essa é uma das mudanças do sistema que estamos fazendo e isso precisa de muita coragem. Mas nosso trabalho é atender a comunidade e dar condições de trabalho aos profissionais. Quero ser cobrado pelas condições de trabalho. Essa é minha responsabilidade", diz Fábio Bernardo.


"Estamos conversando com os profissionais sobre essa mudança, pedindo que não façam mais hora-extra sem autorização das chefias", destaca Fábio.

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