Editorias

quinta-feira, 20 de abril de 2017

"O que não pode continuar é o profissional escolher o horário e a unidade que quer trabalhar"


Quarenta dias após ter assumido o comando da Secretaria Municipal de Saúde de São Leopoldo, o secretário Fábio Bernardo da Silva, já tem um mapeamento da situação geral. Há necessidade de contratação de profissionais para algumas especialidades, porém, a mudança no atendimento à população passa por uma reformulação do sistema que não implica em recursos financeiros imediatos. A organização da escala dos 45 profissionais de especialidades no Centro de Saúde Capilé, por exemplo, pode  passar dos atuais 2 mil para mais  de 4 mil atendimentos por semana. Mas para chegar a isso, o secretário Fábio Bernardo precisa ter a garantia que a pressão interna e externa  não coloquem seu projeto por terra. "Não  tenho problema  nenhum com médico, com profisisonal, com prestador ou com vereador. Mas  não venham interferir na gestão, naquilo que preza a qualidade. Isso eu não cou aceitar", diz Fábio Bernardo. Nessa primeira matéria sobre o sistema municipal de Saúde o tema é a escala dos profissionais e marcação de consultas.


Cartão ponto

"Todas as unidades de saúde possuem equipamento para o cartão ponto. Porém não está em funcionamento. Vamos providenciar o funcionamento."


Quadro de profissionais

"Temos falta de profissionais e já resolvemos alguns pontos. Após três meses, os Caps estão com psiquiatras. Muitas pessoas estavam sendo prejudicadas porque não tinham como atualizar as receitas e por consequência ficavam sem a medicação. Isso não pode ocorrer. Estamos em processo de contratação de mais três cardiologistas. Um cardiologista para toda a rede é impossível."


Escala de profissionais

"Hoje o atendimento na rede é das 8 às 17 horas. Porém, quem procurar atendimento à tarde não encontra. Poucas unidades tem médico à tarde. O que não pode continuar é o profissional escolher o horário e a unidade que quer trabalhar. Os profissionais estão a serviço do município de São Leopoldo, que por sua vez, precisa garantir as condições de trabalho."


Centro de Saúde Capilé

"Há duas semanas eu e a secretária adjunta fomos  ao Centro de Saúde Capilé, às 15h30, onde temos 45 profissionais das diversas especialidades. Naquele horário encontramos dois profissionais atendendo e menos de dez usuários nos três andares. A maioria dos profissionais atende no início da manhã quando a média é de 300 usuários. Se  temos, e temos, contratos de 24 horas, os profissionais precisam atender das 8 às 17 horas. Precisamos refazer a escala e distribuir melhor o atendimento e assim o usuário não precisará mais ir para uma fila na madrugada. A agenda precisa ficar aberta para a comunidade de segunda a sexta-feira, mas para isso precisamos fazer com que os profissionais permaneçam na unidade das 8 às 17 horas. Precisamos contratar mais profissionais para algumas especialidades de média e alta complexidade."


Teleagendamento

"Transferimos o teleagendamento e a regulação para o Centro Administrativo, quarto andar, onde funciona a secretaria. Agora precisamos resolver a questão da central telefônica. Hoje são cinco linhas, com cinco números diferentes. Isso não funciona. Confunde o usuário e não atenda a necessidade. Vamos instalar uma central inteligente, estilo call center, divulgando um único número, porém com cinco linhas. Quando o usuário ligar, a ligação irá para o ramal que estiver livre. Eram quatro linhas no início do governo e três cortadas por falta de pagamento. Aquilo que for possível mudar nós vamos mudar."


Resistência às mudanças

"Não  se fico quatro anos, mas não estou me importando em quanto tempo vou ficar. Sei  que em seis meses,  um ano teremos mudanças  na gestão da saúde. Não vamos resolver  os problemas que são estruturais, mas aquilo que for possível mudar nós vamos mudar."



Na segunda matéria, amanhã (21), o secretário Fábio Bernardo fala sobre as "modalidades" de pagamento de hora-extra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário